terça-feira, 22 de novembro de 2011

Apresentação dos trabalhos

Queria agradecer ao pessoal que tem acessado nosso blog aí, obrigado mesmo! E agora queria convocar quem puder, pra aparecer lá no CETEPES II (antigo Modelo), em Eunápolis-BA, no dia 23/11/2011, também mundialmente conhecido como quarta-feira, pra ver a apresentação dos trabalhos de todas as turmas do turno vespertino.

Quem puder, apareça!

"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons." - Martin Luther King

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Malcolm X - Uma vida em defesa da causa negra

"Se você não tomar cuidado, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo." Malcolm X


Malcolm X
Malcolm Little (Ou Al Hajj Malik Al-Habazz), mais conhecido como Malcolm X foi um dos maiores defensores dos direitos dos negros nos Estados Unidos. No entando foi acusado de propagar o racismo, a supremacia negra, o anti-semitismo e a violência. É descrito frequentemente como um dos mais importantes e mais influentes negros da história. Em 1998, a influente revista Time nomeou a Autobiografia de Malcolm X um dos 10 livros não fictícios mais importantes do século XX.


Infância e Juventude
A tragédia sempre foi uma constante na vida de Malcolm. Seu pai era um seguidor das idéias de Marcus Garvey que propunha para o negro a liberdade, independência e o amor próprio, além do retorno a África. Por ter fama de agitador o pai e Malcolm era frequentemente perseguido por grupos racistas e acabou sendo assassinado. Ele foi espancado e depois jogado nos trilhos de uma ferrovia onde o seu corpo foi praticamente partido ao meio. 
Nessa época a mãe de Malcolm estava internada num hospício. O tratamento psicológico era deficiente e preconceituoso, principalmente com os negros. A mãe de Malcolm passou 26 anos internada, e nunca mais recuperou a sanidade mental.
Malcolm era um bom aluno mas suas aspirações foram reduzidas a pó quando disse a um professor que queria ser advogado. O professor disse que era um absurdo um negro querer se advogado. 





A Prisão e a  Mudança
De vendedor de drogas e assaltante à um dos mais carismáticos líderes negros.

Malcolm então foi pra Boston, onde virou traficante. Mas estava ficando difícil vender drogas já que a polícia já o conhecia. Foi então que Malcolm começou a fazer pequenos assaltos. Pego, ele foi julgado e condenado à onze anos. 

Na cadeia conheceu um preso negro chamado Bimbi, tido como intelectual por todos os detentos, que passou a lhe dar noções de filosofia e o incentivou a ler. Foi na cadeia também
que passou a ter contato com o Islamismo através do irmão, que lhe escrevia dizendo que tinha encontrado a verdadeira religião dos negros, da Nação do Islã. Foi transferido para Norfolk onde passa a conhecer Elijah Muhammad.
Malcolm passou a colaborar com o Templo Número Um. Ele tinha como função a atrair os jovens, e se saia muito bem, pois ele conhecia a "linguagem dos guetos”. 


Recrutava nos bares, nos salões de bilhar e esquinas dos guetos, o Templo Número Um, de Detroit, em três meses triplicou o número de fiéis. Malcolm já havia recebido da Nação do Islã o seu “X” que significava seu verdadeiro nome de família africana que Deus lhe revelaria. Para ele o “X” substituía o Little, o pequeno, herança escravocrata. 
Em 1953 foi nomeado para o seu primeiro cargo dentro da estrutura da Nação, Ministro Assistente do Templo Número Um de Detroit. Passou a frequentar a casa de Elijah Muhammad, onde era tratado como filho. Malcolm devido à sua fidelidade, inteligência, oratória, cultura, personalidade, obteve um desempenho extraordinário na Nação do Islã que resultou em uma ascensão meteórica.


Enquanto Martin Luther King apostava em uma resistência pacífica como arma para enfrentar o racismo, Malcolm X defendia a separação das raças, a independência econômica e a criação de um Estado autônomo para os negros. Ao lado de Elijah Muhammed, viaja pelos principais estados norte-americanos para pregar as suas idéias e defender a libertação dos negros.


Ascensão e Traição
Elijah Muhammad queria que Malcolm ficasse famoso. E ele tornou-se realmente conhecido, tornou-se uma personalidade americana que muitas vezes chamou a atenção do cenário mundial, mais do que Martin Luther King e o presidente John F. Kennedy. Esse destaque gerou ciúmes no próprio Elijah que não tinha a coragem e perspicácia de Malcolm. Elijah Muhammad o elogiava pela frente, tentava destruí-lo pelas costas, e aguardava o momento oportuno para afastá-lo. Uma declaração polêmica à respeito da morte de Kennedy foi o ensejo.
Malcolm X


Ele que tanto se dedicou e com certeza foi uns dos principais (senão o principal responsável) pelo crescimento da Nação do Islã, foi afastado. Malcolm em seu trabalho árduo, praticamente, não adquiriu bens materiais.
Malcolm ficou sabendo do seu banimento através da imprensa. Sofreu humilhações públicas com manchetes como: “Malcolm silenciado”. Os muçulmanos negros também conspiraram para que ele fosse considerado traidor, a punição para a traição é o ostracismo e a morte. A ironia é que Malcolm sempre foi leal, ele falava em nome de Muhammad, renunciava a própria personalidade em favor de Elijah Muhammad.


A Morte
Malcolm X mudou o seu nome para Al Hajj Malik Al-Habazz. A partir daí, passou a defender uma posição conciliatória em relação aos brancos, fato que o deixou isolado, sobretudo em relação ao islamismo. E movido por essas novas ideias fundou a "Afro-American Unity". 
No dia 21 de fevereiro de 1965, quando discursava na frente de sua instituição, Malcolm X foi 
assassinado com 13 tiros, ao lado de sua mulher Betty, que estava grávida, e de suas quatro filhas. A Polícia dos Estados Unidos não encontrou provas, mas sempre suspeitou da participação da "Nação Islã" no crime.


Discurso de Malcolm X no Corn Hill Methodist Church

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Racismo no futebol volta à tona, mas discriminação segue impune

O jogo desta quinta-feira pela Copa do Brasil entre Palmeiras e Atlético-PR trouxe à tona uma polêmica que insiste em permanecer no futebol: o racismo. O zagueiro Manoel, do time paranaense, acusou o também zagueiro Danilo, do clube paulista, de chamá-lo de "macaco" em partida disputada no Palestra Itália.
"O Danilo cuspiu em mim e me chamou de macaco. Ser chamado de macaco é a pior coisa que tem", disse o jogador do Atlético, que pisou no rival durante o segundo tempo da partida como forma de revidar. "Realmente eu pisei nele, porque eu estava muito chateado e faria novamente. Confesso que eu pisei, porque ele me chamou de macaco", concluiu. Manoel foi a uma delegacia da capital paulista prestar queixa.
A acusação, porém, não é novidade nos campos de futebol. Um dos casos mais famosos aconteceu em 2006, justamente com o atual treinador do Palmeiras. Na época zagueiro do Juventude, Antônio Carlos foi acusado pelo gremista Jeovânio de racismo em uma partida entre as duas equipes pelo Gauchão.

                                                                                     Mário André Monteiro, iG São Paulo
                                                                                                                    Fonte:IG esporte.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Anjo Negro

"Mãe, nunca vi um anjo negro. Não há anjos negros, mãe?
Todos os anjos são brancos. Não há anjos como eu?
Olha, todas as asas são brancas. Como os anjos que estão no céu.
Mãe, eu nunca vou ter asas? Não há anjos como eu?
Mãe, não há meninos negros entre os anjos.
Onde estão os meninos negros anjos, mãe?
Mãe onde fica o nosso céu?
Queria ser um anjo, mãe.
Não posso... Não há anjos como eu."
- Autor Desconhecido.

Desde pequenos nós somos empurrados para pequenas fôrmas, vivemos num país que é fruto de "organizações" que dividem a nossa sociedade até nos menores detalhes. Ninguém quer saber como gostaríamos de ser. Vivemos num país onde a televisão dita os padrões de comportamento das pessoas, como devemos nos vestir, como devemos pensar, como devemos ser. Cada uma falando uma coisa diferentes, e uma coisa muito engraçada que todas têm em comum, é que todas acham que estão certas. E eles falam, e continuam falando e nunca param e a maiora das pessoas parecem não ter acordado pra isso, e como um esponja, aceitam todas as coisas que lhe são impostas sem oferecer a menor resistência, sem questionar.








Mas e o preconceito, onde é que entra nessa história? Mas é aí que tá, parte do preconceito vem daí. Por que é mais bonita a menina branca do cabelo liso e não e não uma negra com seu cabelo "ruim"? Por que a estética é tão importante assim? Não é tudo cabelo? O problema é que vivemos num mundo onde a moda dita o padrão de beleza, o que é bonito, o que é feio. E eu que pensei que beleza fosse um quesito subjetivo demais pra ser padronizado... A culpa não é sua, nem minha pelo preconceito existir pois a cicatriz que ainda existe dessa ferida que é o preconceito, não surgiu ontem, nem na semana passada. É uma herança de séculos subjugados, tirados de suas terras e levados para lugares estranhos onde eram tratados como animais. Mas em compensação, ninguém também é inocente! O cérebro que existe em nossas cabeça foi nos dado para que o usássemos. Já faz algum tempo grandes pessoas vêm lutando a favor da igualdade racial, contra o preconceito, as informações estão circulando por aí, mas e nós? À partir do momento em que temos acesso à tais informações e nos omitimos diante delas, nós também estamos sendo cúmplices disso.

O pensamento e as ações nos levam por um caminho estranho, diferente, onde algumas vezes a justiça mira os interesses, aí então a balança se inclina e vemos discriminação na mesma terra, onde se você não é branco não te deixam entrar numa casa noturna, onde por ser negro te jogam pela porta e passam por cima de você. Parece cruel? Sim, definitivamente, a história se enriquece mais e mais com a cadeia de injustiça, não importa quão grande seja a difusão, sempre serão separados, etiquetados, não importa o nível de educação, sempre será olhado. Em qualquer continente serão tratados como escravos e vistos como tal, não importa o quanto nos esforcemos a discriminação cresce a cada dia com ou sem dinheiro, com ou sem talento. 

"Sou capaz de relatar a ladainha usual de pequenos insultos que me foram direcionados ao longo de meus 45 anos: seguranças me seguindo quando entro em lojas de departamento, casais brancos que me jogam a chave de seus carros quando estou esperando pelo valet, carros de polícia que me param por nenhuma razão aparente... Conheço o gosto amargo da raiva ao engoli-la a seco"
BARACK OBAMA, PRESIDENTE AMERICANO, NA AUTOBIOGRAFIA A AUDÁCIA DA ESPERANÇA (ED. LAROUSSE, 2007)


E ainda dizem que (pelo menos no Brasil) o preconceito não existe... Será mesmo? Comentem.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Personagens na luta pela igualdade racial.

"É melhor tentar e falhar que ocupar-se em ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que nada fazer. Eu prefiro caminhar na chuva a, em dias tristes, me esconder em casa. Prefiro ser feliz, embora louco, a viver em conformidade. Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização. Mesmo se eu soubesse que amanhã o mundo se partiria em pedaços, eu ainda plantaria a minha macieira. O ódio paralisa a vida; o amor a desata. O ódio confunde a vida; o amor a harmoniza. O ódio escurece a vida; o amor a ilumina. O amor é a única força capaz de transformar um inimigo num amigo..." - Martin Luther King.


A partir de hoje estaremos dando início à uma série de posts sobre grandes pessoas que dedicaram suas vidas (e alguns foram até mortos) à luta contra o racismo, preconceito e também à favor direitos civis dos negros.

Martin Luther King
Um pouco sobre a vida de Martin Luther King


Martin Luther King nasceu em Atlanta, nos Estados Unidos e era filho e neto de pastores protestantes, iniciou seus estudos em escolas públicas segregadas.
Martin Luther King iniciou a sua luta contra a segregação depois de ter se envolvivo num episódio uma uma mulher negra se recusou a ceder seu lugar para um branco no ônibus. Foi aí então que líderes negros fizeram um boicote contra os ônibos, contra a segregação racial. Dentre essas pessoas estava King.
A partir daí ele começou a sofrer ameaças de morte, mesmo assim nunca reclinou e liderou várias outras campanhas à favor do direito de votos, fim da segregação, fim dos preconceitos dentre outro direitos públicos. Luther King foi preso e torturado diversas vezes, e sua casa chegou a ser atacada por bombas.
Em 1964, Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz. No início de 1967, No dia 4 de abril, alguns momentos antes de uma campanha, Martin Luther King foi assassinado. MUITOS anos depois foi decretado um feriado nacional para homenageá-lo.




Talvez um dos discursos mais corajosos, "I Have a Dream" (ou: Eu Tenho um Sonho, em português), foi feito por Martin Luther King no dia 28 de agosto 1963, em Washington D.C. Discurso que ficou marcado pela sua coragem e luta por um mundo onde negros e brancos pudessem ser tratados igualmente.
Vídeo do discurso de Martin Luther King.

Martin Luther King provou que lutar pelo que se acredita vale a pena, mesmo sabendo os riscos de vida que corria com suas marchas, nunca desistiu de seus sonhos pela igualdade das pessoas indiferente da cor de sua pele, e por isso tem seu nome marcado até hoje. “Se você não está pronto para morrer por alguma coisa, você não está pronto para viver”, disse King.


"Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele." - Luther King

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Castro Alves, o poeta dos escravos.

"São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos, 
Sem luz, sem ar, sem razão..." 

O trecho acima foi retirado de "O Navio Negreiro", um dos poemas mais conhecidos da literatura brasileira, escrito em 1869 quando Castro Alves tinha só vinte e um anos. Foi concluido quase vinte anos depois da Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravos. A probição, no entanto, não surtiu muito efeito, o que fez Castro Alves se empenhar na denúncia da miséria a que os escravos eram submetidos na vinda para o Brasil.

 É preciso dizer que, de todos os escravos que eram embarcados nos navios negreiros menos da metade completavam a viagem com vida.



Considerado um dos mais brilhantes poetas românticos brasileiros, Castro Alves nasceu na Bahia e viveu num período em que a escravidão no Brasil ainda existia. Apesar de levar uma vida relativamente confortável, o jovem Castro Alves teve a capacidade de compreender as dificuldades dos negros escravizados. E por compreender as dificuldades dos escravos e lutar contra a escravidão Castro Alves é conhecido como "poeta dos escravos".
 Aos vinte e um anos de idade mostrou toda a sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, "O Navio Negreiro". Enquanto contrariados os fazendeiros ouviam-no declamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os escravos eram submetidos.
Além da poesia de caratér social, Castro Alves também escreveu versos líricos-amorosos. Era um poeta de transição entre Romantismo e Parnasianismo.
Morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que começara, pois vinha sofrendo com uma tuberculose desde os seus dezesseis anos.

Apesar de ter vivivo tão pouco, sua poesia contribuiu significativamente e suas obras foram imortalizadas em nossa literatura.