quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Castro Alves, o poeta dos escravos.

"São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos, 
Sem luz, sem ar, sem razão..." 

O trecho acima foi retirado de "O Navio Negreiro", um dos poemas mais conhecidos da literatura brasileira, escrito em 1869 quando Castro Alves tinha só vinte e um anos. Foi concluido quase vinte anos depois da Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravos. A probição, no entanto, não surtiu muito efeito, o que fez Castro Alves se empenhar na denúncia da miséria a que os escravos eram submetidos na vinda para o Brasil.

 É preciso dizer que, de todos os escravos que eram embarcados nos navios negreiros menos da metade completavam a viagem com vida.



Considerado um dos mais brilhantes poetas românticos brasileiros, Castro Alves nasceu na Bahia e viveu num período em que a escravidão no Brasil ainda existia. Apesar de levar uma vida relativamente confortável, o jovem Castro Alves teve a capacidade de compreender as dificuldades dos negros escravizados. E por compreender as dificuldades dos escravos e lutar contra a escravidão Castro Alves é conhecido como "poeta dos escravos".
 Aos vinte e um anos de idade mostrou toda a sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, "O Navio Negreiro". Enquanto contrariados os fazendeiros ouviam-no declamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os escravos eram submetidos.
Além da poesia de caratér social, Castro Alves também escreveu versos líricos-amorosos. Era um poeta de transição entre Romantismo e Parnasianismo.
Morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que começara, pois vinha sofrendo com uma tuberculose desde os seus dezesseis anos.

Apesar de ter vivivo tão pouco, sua poesia contribuiu significativamente e suas obras foram imortalizadas em nossa literatura.

Um comentário:

  1. Gostei muito...pois a verdadeira mensagem está na alma do texto e não em suas palavras.

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